Coisas conectadas estão levando novos limites para a Logística
Por: tegUP, aceleradora de startups.
Há alguns anos, quando os especialistas em tecnologia começaram a falar de “coisas conectadas” e sua interação conosco, humanos, tudo parecia um mundo à parte. Hoje, já não imaginamos a possibilidade de comprar uma TV que não seja conectada, e usamos nossos celulares para pagar contas e relógios para falar ao telefone.
A Internet das Coisas (ou IoT, Internet of Things) trouxe um novo olhar para os objetos do nosso dia a dia, que estão mudando suas características e adicionando novas funções, entre elas a de logística. Isso acontece, por exemplo, quando o consumidor está com o GPS ativado ao usar um app de transporte urbano e seu telefone já se conecta diretamente a empresas de entrega de alimentação, sugerindo a entrega de produtos já no local onde você está indo. Um próximo passo dessa conexão é a ligação direta entre seu celular e o meio de entrega, por exemplo, com a entrega feita por drones e robôs, sem precisar de qualquer auxílio humano nesse processo.
O mercado para novas aplicações logísticas com IoT é gigante. A Business Insider indica que até 2020 o gerenciamento de frotas conectadas atingirá 90% dos veículos comerciais na América do Norte. No Brasil, o potencial de rápido crescimento desse setor é ainda maior, já que não alcançamos ainda o patamar em que os EUA estão.
O que alguns especialistas indicam como base para esse setor e que, no mundo todo, ainda estão em busca são: segurança e monitoramento eficientes. A dificuldade de implantação de qualquer tecnologia que envolve veículos autônomos continua sendo a prevenção de incidentes – e isso envolve todas as variáveis de cidades não preparadas para receberem essa tecnologia, como o Brasil, em que as vias públicas dividem espaço com vendedores ambulantes, pessoas e uma série de interferências que não permitem uma total segurança.
E o tema segurança e monitoramento vai além, também, para o quesito de segurança cibernética. O número de ataques hackers no Brasil segue aumentando e praticamente dobrou no Brasil em 2018. Segundo informações do dfndr lab, laboratório especializado em cybersegurança da Psafe, foram detectados 120,7 milhões de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2018. Este número representa um crescimento de 95,9% em relação ao ano anterior.
Se somarmos esses números ao aumento de roubos de carga no país, temos um receio compreensível dos comerciantes em geral de imaginarem seus produtos sendo entregues por veículos autônomos nas estradas brasileiras.
Porém, se a realidade dos veículos de entrega autônomos ainda é um tema complexo para o mercado brasileiro, há muito já sendo feito com IoT nos bastidores da logística.
Dispositivos instalados em carros de entrega, caminhões e motos transmitem dados diretamente para os centros logísticos e pontos de entrega/casa do consumidor, sendo uma ferramenta de melhora dos serviços tanto para quem vende quanto para quem compra. Atrasos ou problemas no trajeto são avisados em tempo real e a coleta de informações do veículo gera um histórico que permite (com o uso de data analytics e data mining) a avaliação precisa de produtividade da equipe, do veículo e da empresa como um todo.
Com os dados precisos dos motoristas, como velocidade e modo de direção, incidentes como os que temos hoje causados nas estradas por motoristas que excedem as horas de viagem permitidas ou dirigem sob uso de toxicológicos também tendem a reduzir.
No fim, a segurança, que ainda é um dos principais problemas da implantação em massa do IoT na logística, pode também em breve encontrar nessa tecnologia uma boa solução para seus problemas.
Sobre o Autor
A tegUP é uma aceleradora de startups e braço de inovação aberta da Tegma Gestão Logística. A aceleradora apoia startups e empresas de tecnologia transformadoras que ofereçam produtos, serviços e tecnologia relacionados ao universo da Logística, apresentem alto potencial de evolução e necessitem de algum tipo de suporte para acelerar seu crescimento.
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